A Faculdade Univale, em Sousa (PB), anunciou o ex-prefeito Fábio Tyrone — condenado por violência doméstica contra a advogada Myriam Gadelha — como professor do novo curso de Direito. A notícia não só chocou a sociedade, como também expôs a hipocrisia da OAB-PB, que até agora se mantém em silêncio, mesmo sendo parceira da instituição.
A OAB-PB, que nas campanhas eleitorais internas engrossa a voz em "defesa das mulheres", de repente recolhe as bravatas e se esquiva diante de um escândalo que atinge o cerne da luta contra a violência de gênero. Fica claro que o alarde de antes em “defesa da mulher” era apenas um artefato propagandístico criado para o ano eleitoral — bonito nos discursos, conveniente nos palanques, mas vazio na prática. Terminadas as eleições, os interesses políticos e pessoais passam a falar mais alto.
Fechar os olhos a essa cruel realidade é aceitar que a violência contra a mulher continue sendo banalizada nos bastidores. A advocacia e a sociedade precisam refletir sobre esses paradoxos: a OAB que se faz de morta sobre um tema tão sensível não é a mesma que bradava na campanha eleitoral da Ordem? Até quando a pauta feminina será apenas um marketing criado para favorecer candidaturas? Essa é a entidade que a advocacia merece?
Mín. 23° Máx. 28°